quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Encosta-te a mim...

Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos /encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar /encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos /não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar

Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver /em nome da terra, no fundo p´ra te merecer /recebe-me bem, não desencantes os meus passos /faz de mim o teu herói, não quero adormecer

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo /o que não vivi, hei-de inventar contigo /sei que não sei, às vezes entender o teu olhar /mas quero-te bem, encosta-te a mim

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes /vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal /recebe esta pomba que não está armadilhada /foi comprada, foi roubada, seja como for

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis /em nome da estrada onde só quero ser feliz /enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada /vai beijar o homem-bomba, quero adormecer

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo /o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo /sei que não sei, às vezes entender o teu olhar /mas quero-te bem, encosta-te a mim